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Conforto Ambiental

RELATÓRIO DE CONFORTO TÉRMICO E VENTILAÇÃO NATURAL

1.       INTRODUÇÃO

Esse Relatório apresenta resultados de análise do clima e de condicionantes climáticas elaborados pela equipe de Conforto Térmico da Escola da Cidade – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo para a Unidade Temporária do Sesc no Campo Limpo. Esse estudo tem como base os desenhos fornecidos pela sequência de Arquitetura da Escola da Cidade responsável pela elaboração geral do projeto.

A intenção do trabalho é facilitar o desenvolvimento do projeto de forma a possibilitar melhores níveis de conforto térmico e eficiência energética. O trabalho constitui-se como consultoria aplicada diretamente ao projeto de arquitetura, envolvendo análise crítica de projetos, cálculos específicos e simulações computacionais. O resultado desse trabalho será refletido diretamente no projeto arquitetônico final.

 

1.1.         OBJETIVO

Nesse estudo entende-se por conforto térmico no ambiente construído o conjunto de características capazes de fornecerem condições térmicas que satisfaçam as necessidades humanas pela maior parte do tempo. Isso deve ser feito com reduzido ou ausente uso de equipamentos consumidores de energia, ou seja, apenas através da adequação climática da arquitetura.

Considerando a pré-existência de um projeto conceitual com orientação solar e volumetria consolidadas, o objetivo do trabalho é orientar a equipe de arquitetura na seleção de materiais, e a eventual inclusão de sistemas de sombreamento e aberturas para ventilação natural, culminando com desempenho térmicoadequado

ao clima e padrão de uso e ocupação. Espera-se como resultado desse trabalho proporcionar através do projeto de arquitetura condições adequadas de conforto térmico aos residentes pela maior parte do tempo possível e consequente redução no consumo de energia.

 

1.2.         METODOLOGIA

A Etapa aqui apresentada envolve análise climática e levantamento de necessidades no que tange ao conforto térmico e eficiência energética.

Caberá à equipe de arquitetura e ao cliente avaliarem as estratégias sob o enfoque técnico, estético e orçamentário para a tomada de decisão final. Para a realizaçãodesserelatórioseguimos a seguintemetodologia:

 

  • Análise climática para dados de incidência solar local, temperaturas e ventos predominantes;
  • Levantamento de necessidades em termos de conforto térmico;
  • Produção de cartas solares para determinação dos ângulos de altitude e azimute solar;

Nessa etapa foram observados:

▫Orientação solar e volumetria;

▫Distribuição internados  ambientes;

▫Localização crítica de elementos desombreamento;

▫Indicação crítica de elementos sólidos/ opacos eenvidraçados;

▫Indicação preliminar de materiais e respectivo desempenhotérmico;

▫Indicação preliminar para aberturas para ventilação natural.

 

2.     ANÁLISE CLIMÁTICA

 

2.1.         BASE DE ESTUDO

A base de dados climáticos de São Paulo foi extraída do arquivo climático de São Paulo gerada nas estações meteorológicas do INMET entre os anos de 2000 e 2010 (RORIZ, 2012) e elaboraras pelo Prof. Mauricio Roriz. A partir dele utilizamos alguns softwares que interpretam os dados gerados como imagens apresentadas neste relatório.

A análise climática foi extraída do software Climate Consultant 6.0 (UCLA Energy Design Tool Group). O software utiliza a Carta Psicrométrica com as estratégias projetuais para conforto baseadas nos estudos de conforto adaptativo de Givoni (Figura 1).

 

2.2.         ESTRATÉGIAS PROJETUAIS

 

Durante quase 1/3 de todo o ano, o clima da cidade proporciona conforto sem a necessidade de nenhuma estratégia projetual específica.

Para o verão, quando as temperaturas são mais altas, a estratégia de ventilação natural e sombreamento das aberturas possibilita mais de 50% das horas em conforto nos ambientes internos. O ar condicionado só seria solicitado em 2,1% do tempo de uso.

No período de inverno, quando as temperaturas são mais baixas, é necessário o aquecimento solar passivo no interior do edifício em cerca de 40% do tempo para se obter uma situação de conforto. O aquecimento artificial – e umidificação, se desejado – só é necessário em 1,4% das horas anuais.

Em situações quando ar está seco e quente, a estratégia de resfriamento evaporativo permite alcançar um ambiente confortável. Isso corresponde há 401 horas durante o ano (7,8%). Em aproximadamente 16% do tempo é preciso promover a desumidificação, pois o ar encontra-se úmido.

 

3.       VENTILAÇÃO

 

3.1.         ANÁLISE

A análise dos ventos também foi extraída do software Climate Consultante 6.0 (UCLA Energy Design Tool Group) – Figura 2. As Rosas dos Ventos apresentam as condições mais extremas do clima (verão e inverno). Tanto no verão como no inverno os ventos são predominantemente provenientes da orientação Sudeste. No inverno, as rajadas de vento vêm do Noroeste e por este motivo definem uma limitação de aberturas que serão foco do estudo na próxima etapa, para que não prejudiquem a condição de conforto térmico no inverno. Da mesma forma apresentamos para o grupo de Paisagismo esta análise para que as espécies definidas nesta orientação do edifício estejam condizentes com esta condição climática.

 

3.2.         ESTRATÉGIAS PROJETUAIS

A proposta do projeto mais aberto para o meio externo favorece na condição de verão, porém exige na que no inverno as aberturas das portas sejam reduzidas para não prejudicar o conforto. Na próxima avaliação, com a definição final da carga térmica, definiremos possíveis alterações na cobertura para o melhor aproveitamento do efeito chaminé. Já podemos adiantar que, caso seja definida esta solução de Shed, ele certamente deverá estar aberto para a Noroeste, sentido oposto a predominância principal do sentido dos ventos.

 

4.       ANÁLISE DE IMPLANTAÇÃO E ORIENTAÇÃO SOLAR

 

4.1.         A CARTA SOLAR

A Carta Solar é o instrumento gráfico de avaliação de projeto que representa as projeções no plano do horizonte ou do observador, das trajetórias aparentes do sol durante o ano, para uma dada latitude. No caso da cidade de São Paulo, a Carta Solar de 24ºS.

As quatro principais datas a serem observadas em qualquer Carta Solar são:

 

▫22/12: solstício deverão

▫22/06: solstício deinverno

▫21/03: equinócio(outono)

▫24/10: equinócio(primavera)

 

Os equinócios são os “divisores de água” entre o período quente do ano (chamaremos de “período de verão”) e o período frio do ano (chamaremos de “período de inverno”). O período de verão corresponde, portanto, aos meses de outubro, novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março, e o período de inverno corresponde aos meses de abril, maio, junho, julho, agosto e setembro. Para os estudos do SESC Campo Limpo foram considerados ambos os períodos críticos do ponto de vista térmico – o solstício de verão e o do inverno.

4.2.       HORÁRIOS DE INSOLAÇÃO

Os edifícios do entorno imediato foram considerados a fim de verificar a incidência do sombreamento promovido por eles sobre o terreno, onde será implantada a base provisória do SESC Campo Limpo –

Figura 4. Esses edifícios podem afetar consideravelmente a incidência solar sobre a edificação analisada.

5.    ANÁLISE ISOLADA DE CADA CARTA SOLAR

5.1.         PÁTIO NORTE

O pátio receberá insolação direta durante o ano inteiro, na maior parte do dia; O prédio do SESC representará uma obstrução solar no solstício de verão das 5h30 às 7h30 e das 17h às 18h30;

O prédio em frente representa uma obstrução pouco significativa durante o ano todo, ocorrendo apenas ao final do dia;

O prédio em frente representa uma obstrução apenas nos primeiros minutos do dia,do  final de março até o final de setembro.

 

5.2.       PÁTIO SUL

Durante o solstício de invernoo pátio não receberá insolação direta;

Durante grande parte do verão e dos equinócios, o pátio receberá insolação;

O prédio 1 representa uma obstrução no solstício de  verão das 5h30 às 6h10;

Nos equinócios, haverá obstrução apenas das 6h às 6h15, e das 16h20 às 18h20;

 

5.3.       COBERTURA AUDITÓRIO

A cobertura do auditório receberá insolação direta durante todos os horários, na maior parte do ano;

O prédio da direita é o único que representa uma obstrução aos raios solares, ainda que pouco significativa.

No solstício de verão, ele cria uma sombra na cobertura apenas do nascer do sol (5h30) até às 5h50.

 

5.4.       COBERTURA GERAL

 

A cobertura receberá insolação direta durante todo ano na maior parte do dia;

O prédio do lado esquerdo só representa alguma obstrução aos raios solares das 18h20 até o pôrdo sol, de fevereiro à metade de abril; e do final de agosto até o final de novembro.

 

5.5.       FACHADA LESTE

Durante o ano todo, a fachada receberá insolação direta até aproximadamente 12h;

O prédio representa uma obstrução pouco significativa do meio de maio ao final de julho, nos primeiros minutos do dia;

O prédio 2 também representa uma obstrução apenas nos primeiros minutos do dia, do começo de setembro ao meio de abril.

 

5.6.         FACHADA OESTE

 

Durante o ano todo, a fachada receberá insolação direta por volta das 12h até o fim do dia;

O prédio a esquerda representa uma obstrução pouco significativa, nos últimos minutos do dia, durante todo ano.

 

5.7.       FACHADA SUL

A fachada não recebe insolação durante inverno, outono e equinócios;

Durante o solstício de verão, a fachada só não receberá sol das 11h20 à 13h20;

Há uma obstrução à direita pouco significativa nos primeiros minutos do dia, no final de fevereiro e no meio de outubro;

A obstrução do prédio à esquerda também será pouco significativa, do final de fevereiro até metade começo de outubro, no final do dia.

 

5.8.         FACHADA NORTE

 

Na maior parte do ano, a fachada receberá sol direto em todos os horários; durante o solstício de verão, a fachada norte não receberá sol, exceto às 12h, quando o sol estará a pino;

O prédio do lado esquerdo representa uma obstrução pouco significativa, ocorrendo apenas ao final do dia, de abril ao final de setembro; A obstrução do prédio à direita também será pouco significativa, de abril à metade de setembro, nos primeiros minutos do dia.

 

5.9.         DIRETRIZ DE PROJETO

 

A partir da análise individual de cada carta é possível perceber que a fachada norte recebe uma incidência solar maior e mais prolongada que as demais, portanto, exige uma maior proteção do sol. Essa proteção pode ser feita com uma pele metálica envoltória (como mostram as imagens do tópico 5.9.1.) ou com brisesoleil, que quebra os raios solares diretos, fazendo com que a luz e o calor entrem com menor intensidade no edifício.

Para identificar o tipo de proteção mais adequada para fachada norte, foi feita uma máscara em cima de sua carta solar (figura 5), identificando os horários que a proteção é desejada – durante o horário de funcionamento do SESC no período mais quente do ano.

Com base na Máscara de Sombreamento entende-se que o elemento de proteção mais adequado para a fachada em questão é o brisesoleil horizontal. Esse elemento pode ter diversas formas, mas neste caso deverá atender ao ângulo α= 64º. Seguem exemplos das possíveis formas que o brise pode ter :

(Imagens ao lado)

6.       SIMULAÇÕES DE LUZ NATURAL

Nesta etapa de anteprojeto serviram como objeto de teste dois cenários para simulação de desempenho de luz natural para definição de arquitetura e materiais.

Foram realizadas simulações paramétricas de luz natural através do software Radiance. Foram testados 2 cenários de projeto ambos sob condições de céu encoberto

– pior caso.

 

Método Daylight Factor

A Métrica utilizada foi o Fator de Luz do dia (FLD) ou Daylight fator, segundo os critérios a seguir:

Cenário 1:

  • Vedação de fachadas em telha de policarbonato transparente;
  • Tela Metálica perfurada de proteção solar externa com 50% de permeabilidade;
  • Refletância dos materiais propostos;
  • Policarbonato TL (Transmitâncialuminosa) =90%;


Resultado : FLD≥2,5=72,2%

 

Resultado satisfatório para mais de 72% da planta do pavimento inferior

 

FLD ≥2,5=100%

 

Resultado satisfatório para 100% da planta do pavimento superior

 

 

 

Cenário 2: Adição de Lanternim na cobertura

 

  • Idêntico ao primeiro cenário com adição de lanternim na cobertura com 1,5 mde altura de vidro oupolicarbonato;
  • Policarbonato TL =90%;

 

 

FLD≥2,5=73,3%

 

Resultado satisfatório para mais de 73% da planta do pavimento inferior. Concluímos que o efeito do lanternim é marginal, portanto não necessário.

 

FLD≥2,5=100%

 

Resultado satisfatório para 100% da planta do pavimento superior. Concluímos que o efeito do lanternim é marginal, portanto não necessário.

 

 

MétododeIluminância(Lux)

 

Outra Métrica utilizada foi a de Iluminância (Lux) nos planos internos segundo os critérios a seguir, medidos sob condições de céu encoberto:

 

 

Cenário 1:


Sob céu encoberto medido no plano de trabalho (72cm)–Iluminancia (LUX)

Sob céu encoberto medido no plano de trabalho (72cm)–Iluminância(LUX)

Luminância (brilho percebido) nas superfícies em cd/m2

 

Percepção de claridade e brilho de superfícies

 

Luminância (brilho percebido)nas superfícies em cd/m2

Percepção de claridade e brilho de superfícies

 

Cenário 2:

Sob céu encoberto medido no plano de trabalho (72cm)

Sob céu encoberto medido no plano de trabalho (72cm)

 

Luminância (brilho percebido) nas superfícies em cd/m2

Percepção de claridade e brilho de superfícies

 

Luminância (brilho percebido) nas superfícies em cd/m2

Percepção de claridade e brilho de superfícies

O Cenário 1 se mostra bastante satisfatório, sendo os benefícios da adição de lanternim marginais. Isso se dá devido à seleção de policarbonato transparente na fachada, cuja Transmitância Luminosa (segundo o fabricante) é altíssima- da ordem de 90%.

 

 

7.       CONCLUSÃO

 

As características de projeto, conforme proposto nesse relatório têm o potencial de resultar em espaços adequados termicamente, com adequado controle de radiação solar e bons níveis de luz natural. Da mesma forma, o projeto, com as características propostas nesse relatório, tem o potencial de atender aos requisitos térmicos e lumínicos presentes nas certificações Procel e AQUA,

O projeto final incluindo especificações finais de materiais de vedação devem passar por mais uma análise de conforto térmico de forma a confirmar as premissas aqui apresentadas. A conformidade quanto aos requisitos de certificações devem ser confirmadas sob responsabilidade dos consultores específicos.

Considerando a atual proposta arquitetônica, destacamos haver incompatibilidade entre a mesma e os requisitos de desempenho térmico de envoltória necessários à obtenção de pré- requisitos da certificação AQUA e etiquetagem Procel-PBE Edifica.

Entendemos que a proposta atual arquitetônica segue os preceitos almejados pelo Sesc, apresentando projeto de natureza efêmera e desmontável visando abrigar atividades temporárias. Dessa forma configura-se como edificação cuja envoltória contempla elementos leves, de baixa complexidade técnica e de reduzido custo capital.

Conforme pode ser observado nesse relatório, encontramos discrepâncias entre as características arquitetônicas almejadas pelo Sesc e as exigências das certificações supracitadas. Chegamos às seguintes conclusões:

 

  1. Considerando o edifício completo, os materiais propostos e a conformação atual das fachadas não é capaz de atender aos rigorosos requisitos de transmitância térmica exigidos pelo AQUA eProcel;
  2. Para que se respeitem tais exigências seriam necessárias intervenções significativas nas fachadas, substituindo os elementos de ventilação permanente em policarbonato simples por outros com reduzida transmitância térmica, como vidros ou policarbonato alveolar, além do aumento de áreas opacas de menor transmitância térmica. Seria necessário também eliminar a ventilação permanente de tais elementos, inserindo caixilhos operáveis;
  3. De maneira geral a complexidade da envoltória acabaria se aproximando da de um edifício convencional, não temporário. Isso porque, certificações ambientais dessa natureza são recomendadas para edifícios permanentes, cujos impactos ambientais devem ser reduzidos ao longo de toda uma vida útil de operação.

 

Sendo assim, entendemos que a exigência de certificação deva ser reconsiderada. Alternativamente, a envoltória deve ter seu custo e conceito repensados para que possa atender aos requisitos de desempenho térmico das certificações.

Considerando as questões aqui apresentadas e em preparação para o desenvolvimento da Etapa de Projeto Executivo, solicitamos ao Sesc esclarecimento quanto à intenção final em se manter os processos de certificação, considerando as consequências de custo e complexidade que se seguirão.

RELATÓRIO DE ACÚSTICA

Ruído Urbano

Análise do Ruído Urbano

O controle de ruído nas imediações das áreas de intervenção somente é possível após a aferição e análise do nível do ruído urbano atuais do entorno imediato. Para isso, foram realizadas medições in loco em 2 pontos, nas extremidades do projeto, ou seja, na esquina da Estrada do Campo Limpo com a Rua Nossa Senhora do Bom Conselho (Ponto 1) e no limite Oeste do terreno na Estrada do Campo Limpo (Ponto 2).

Os dados foram obtidos com medições feitas por decibelímetros da marca Instrutherm, modelo DEC-470, calibrados na data 26/09/2016 sob os certificados nº. 71455/16 e 71452/16.

As medições foram realizadas em dois períodos em dia de semana (quinta-feira): dia 29/09/2016 às 9:20hs e às 12:20hs, por um período de 10 minutos, com marcação do nível de ruído a cada 10 segundos além do valor do pico e a fonte causadora.

Os nível de pressão sonora equivalente (LAeq), para o Ponto 1 calculados foram 71dB(A) às 9:20hs e 77dB(A) às 12:20hs. Para o Ponto 2, os níveis de pressão sonora equivalente foram calculados foram 70dB(A) às 9:20hs e 75dB(A) às 12:20hs.


 Indicação dos pontos de medição. Sem Escala.

 

Nessa primeira avaliação, analisamos que a região é atingida por ruídos altos, uma vez que está em uma avenida de grande movimento (Estrada do Campo Limpo).

Como o entorno é plano (sem desníveis consideráveis) e há um semáforo bem próximo ao ponto de medição, a aceleração dos veículos provoca um grande nível de ruído. Os valores encontrados permitem classificar o local como ruidoso (ruídos acima da média).

Esses dados são importantes para o estabelecimento das características isolantes da envoltória e do tratamento acústico interno para a redução dos ruídos. A NBR 10152 Níveis de ruído para conforto acústico fixa os níveis de ruído compatíveis com o conforto acústico em ambientes diversos. Os valores indicados são os seguintes:

 

Tabela 1: Níveis de ruído para conforto conforme NBR 10152.

Medições no ponto 1

Medições no ponto 2

 

 

Teatro

Cálculos acústicos preliminares no teatro

Os cálculos preliminares de acústica para o teatro foram feitos com a versão conceitual do projeto do SESC CAMPO LIMPO. Segue o Memorial de Cálculo:

Spiso =           254m²

Sforro =          254m²

Sparedes=     (18+18+14,1+14,1) x 14,6 = 937m²

Stotal =           1.445m²

Volume = 254 x 14,6 = 3.708,4m³

LOTAÇÃO: 200 PESSOAS

plateia = 180 pessoas palco = 20 pessoas

Volume = 3.708,4 = 19m³/pessoa Pessoa s    200

previsão da absorção necessária (palavra falada):

Ts = 0,161 x 3.708,4 = 0,92 s (tempo reverberação ótimo – NBR 12.179) A

A = 0,161 x 3.708,4 ≈ 649m² de absorção

0,92

α  =    A   =    649 =  0,45      portanto, sala muito surda

Stotal     1.445

 

O volume não permite condições acústicas favoráveis. Para a sala apresentar melhores condições o volume por pessoa não deveria ultrapassar 9m³/pessoa, ou seja:

Vmáx = 9 x 200 = 1.600m³

Planta e corte do auditório

 

Vmáx = 1.600 = 6,30m = pé direito Apiso =      254m

 

 Tempo de reverberação ótimo (500Hz) – Primeiro estudo.

 

Observações:

  • Todos esses cálculos são preliminares e servem para embasar as decisões projetuais. Não são cálculos que apresentam soluções
  • Com área do piso de 254m², deveríamos colocar 254 pessoas. Como o palco está incluído na área do piso, não é possível prever a lotação de 261 pessoas.
  • Considerando que a área reservada para o palco seria da ordem de 60m², restariam cerca de 200m² para plateia, onde deveríamos acomodar aproximadamente 200 assentos.

 

Em função dessa verificação, sugerimos à equipe de arquitetura que revisasse o projeto do teatro diminuindo o pé direito.

 

Cálculos acústicos revisados no teatro

Com as alterações sugeridas foram refeitos os cálculos preliminares de acústica para o teatro. As principais sugestões foram diminuir o pé direito do teatro e inserir um forro (ainda sem um estudo mais aprofundado de suas características acústicas). Segue o Memorial de Cálculo:

Spiso        = 261m²

Sforro       = 261m²

Sparedes  = (18+18+14,5+14,5) x 6,50 = 422,5m²

Stotal        = 944,5m²

Volume = 261 x 6,50 = 1.697m³

LOTAÇÃO: 200 PESSOAS

plateia = 180 pessoas palco = 20 pessoas

Volume  1.697  = 8m³/pessoa

Pessoas         200

previsão da absorção necessária (palavra falada):

Ts = 0,161 x 1.697 = 0,83 s (tempo reverberação ótimo – NBR 12.179) A

A = 0,161 x 1.697 ≈ 329m² de absorção 0,83

α  =     A      =   329      =   0,19

Stotal       1.697

 

portanto, a sala é média ou comum.

 

Denominam-se salas “surdas” aquelas em que é forte a absorção média (α); as salas “vivas” são aquelas em que há muito som refletido. As denominações são usadas por Beranek, mas não tem uso oficial:

α     =               0,05     sala viva

0,10     sala medianamente viva

0,15     sala média (ou comum) * ADEQUADA * 0,25            sala medianamente surda

0,40     sala surda

 

Observação:

  • Todos esses cálculos são preliminares e servem para embasar as decisões projetuais. Não são cálculos que apresentam soluções


Figura 6: Planta e Corte do Auditório – Alterado.

 Tempo de reverberação ótimo (500Hz) – Alterado.

 

Quebra de Paralelismo

Para evitar formações de defeitos de natureza geométrica, deverão ser desenvolvidas quebras de paralelismos entre as superfícies internas. A forma atual da sala dificulta o tratamento acústico. Pelo desenho inicial, o teatro é quase um cubo, o que é muito impróprio para o desempenho acústico.

Os elementos necessários para quebrar o paralelismo das superfícies deverão ter inclinação de 10º a 15º entre as placas e as superfícies. Esses elementos deverão ter estudo aprofundado quanto à sua especificação, com cálculos de absorção e reverberação para cada banda acústica.

 

 Planta e Corte esquemáticos mostrando a posição dos revestimentos sugeridos para a quebra de paralelismo. Sem Escala.

Tratamento acústico interno do auditório

Equalização do auditório

Condição inicial

 

Para definição do tratamento interno, a equalização do ambiente do auditório foi feita adotando os tempos de reverberação ideais para a “palavra falada”.

 

Auditório – Platéia e Palco

 

Os revestimentos internos considerados inicialmente, para o ambiente sem tratamento são os seguintes:

  • Piso: madeira
  • Paredes: superfície refletora
  • Forro: superfície refletora
  • Ocupação: 120 pessoas sentadas (2/3 da ocupação), 20 pessoas em pé (palco)

–     Mobiliário: 60 cadeiras de madeira ou plástico

 

RESULTADOS OBTIDOS:

 

Para o auditório sem tratamento adicional os resultados obtidos foram os seguintes:

TABELA  1:  tempo  de  reverberação  do  Palco   e  plateia      por  frequência- situação inicial

Auditório – Platéia e FREQUÊNCIAS
Placo (Hz)
Tempos de
Reverberação 125 250 500 1K 2K 4K
(segundos)
Ambiente                    sem tratamento 8,89 6,02 4,54 3,66 3,56 3,25
T reverb. mínimo 0,94 0,86 0,86 0,86 0,86 0,86
T reverb. ótimo 1,20 0,94 0,75 0,86 0,86 0,86
T reverb. máximo 1,54 1,11 1,03 0,94 0,94 0,94

 

Para a adequada equalização do ambiente será necessário o acréscimo de  materiais absorvedores de som.

Solução proposta

Para definição do tratamento interno, a equalização do ambiente do auditório foi feita adotando os tempos de reverberação ideais para a “palavra falada”.

 

Auditório – Platéia e Palco

 

Os revestimentos internos considerados inicialmente, para o ambiente sem tratamento são os seguintes:

  • Piso: madeira
  • Paredes: superfície refletora
  • Forro: superfície refletora
  • Ocupação: 120 pessoas sentadas (2/3 da ocupação), 20 pessoas em pé (palco)

–     Mobiliário: 60 cadeiras de madeira ou plástico

 

RESULTADOS OBTIDOS:

 

Para o auditório sem tratamento adicional os resultados obtidos foram os seguintes:

 

TABELA  2  :  Tempo  de  reverberação  do  Palco e plateia      por frequência- situação proposta

Auditório – Platéia e FREQUÊNCIAS
Placo (Hz)
Tempos de
Reverberação 125 250 500 1K 2K 4K
(segundos)
Ambiente                    sem tratamento 8,89 6,02 4,54 3,66 3,56 3,25
T reverb. mínimo 0,94 0,86 0,86 0,86 0,86 0,86
T reverb. ótimo 1,20 0,94 0,75 0,86 0,86 0,86
T reverb. máximo 1,54 1,11 1,03 0,94 0,94 0,94

 

Para a adequada equalização do ambiente será necessário o acréscimo de  materiais absorvedores de som.

A equalização foi obtida com a colocação dos seguintes tratamentos:

Os revestimentos internos considerados para sala com tratamento são os seguintes:

 

  • Piso: madeira
  • Paredes: alvenaria ou quebras de paralelismo com Placas Vibrantes
  • Forro: placas difusoras e forro absorvedor, ver e tratamento abaixo
  • Ocupação: 120 pessoas sentadas (2/3 da ocupação), 20 pessoas em pé (palco)

–     Mobiliário: 60 cadeiras de madeira ou plástico

 

 

ABSORÇÃO DO SOM:

 

FORRO:

Para a redução do nível de ruído reverberante recomenda-se a utilização de um  forro de alto desempenho, conforme opções abaixo:

Forros com NRC = 0,80 a 0,90

  • Forro em lã de vidro com espessura de 20 mm tipo OPTIMA Vector (Armstrong).NRC=0,90.

ou

  • Forro em fibra mineral com espessura de 19 mm tipo Thermatex Alpha (AMF). NRC=0,90.

ou

  • Forro em fibra mineral com espessura de 15 mm tipo Thermatex Thermofon (AMF). NRC=0,85.

ou

  • Forro em fibra mineral com espessura 15 mm tipo Bolero, Sinfonia ou MultiAlpha (OWA). NRC=0,90.

 

A área considerada de forro foi de, aproximadamente, 150,00 m

Aplicados nas paredes laterais da platéia:

 

Placas Vibrantes de 125 Hz (PV-125):

 

  • Placa de gesso cartonado de 12,5 mm + Espaçador de 43 mm em caibro de madeira ou em perfil metálico, fixado na parede + Placa de Lã de Rocha PSL-

32 (Rockfibras), densidade 32 Kg/m3, espessura 25 mm (preenchendo o espaço dentro do caibro) + chapa de madeira compensada de 9,0 mm

A área resultante deste material deve ser de, aproximadamente: 86,20 m2 e como a área de cada unidade de PV – 125 deve ter 1,40 X 1,40m, ou seja, 1,96m2; deverão ser instaladas 44 unidades

A seguir fornecemos os tempos de reverberação do som obtidos no Auditório com  os tratamentos recomendados acima

 

TABELA 2

Auditório – Platéia e FREQUÊNCIAS
Placo (Hz)
Tempos de
Reverberação 125 250 500 1K 2K 4K
(segundos)
Ambiente                    com tratamento 1,33 1,03 1,03 1,08 0,95 0,96
T reverb. mínimo 0,94 0,86 0,86 0,86 0,86 0,86
T reverb. ótimo 1,20 0,94 0,75 0,86 0,86 0,86
T reverb. máximo 1,54 1,11 1,03 0,94 0,94 0,94

 

PLACAS DIFUSORAS OU QUEBRAS DE PARALELISMO

A constituição das placas difusoras e das quebras de paralelismo deverá ser em

–   2 placas lisas de gesso cartonado, tipo Gypsum, com espessura de 12,5 mm   cada coladas (25 kg/m2), totalizando 25 mm ou em Chapa de MDF com espessura mínima de 30 mm.

Observação:  Estes  cálculos  foram  realizados  procurando  atender  à  Norma    da

A.B.N.T. –NB 101 que determina como deve ser feito o tratamento acústico de maneira a garantir que o Tempo de reverberação da sala seja apropriado à inteligibilidade dos sons produzidos no interior do ambiente, entretanto calculamos os coeficientes médios de absorção e encontramos valores que correspondem a  uma sala “medianamente surda” para as frequências de 250, 500, 1000 , 2000 e 4000hertz. Tal situação indica que apresar de estarmos atendendo a condição imposta pela Norma a sala não apresenta outras qualidades não contempladas por essa Norma. Esperamos que no transcorrer da próxima etapa possamos discutir  com a Equipe de Projeto ajustes convenientes desse espaço de maneira a  podermos  melhorar as condições acústicas desse Auditório.

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