Orientadores: Guilherme Petrella e Marianna Boghosian Al Assal
Discentes: Bianca Feliz Okamoto e Gabriel de Paula Biselli
Descrição: O presente projeto de pesquisa busca analisar os projetos e espaço construído do terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos, especificamente, além de outros espaços aeroportuários, de forma mais geral, à luz de uma reflexão sobre os lugares que a arquitetura e os espaços urbanos desempenham na atual ordem do capitalismo. Visa-se assim, como objetivo geral, contribuir com a compreensão do papel dedicado à produção imbricada entre imobiliário e infraestrutura, reduzidos à funcionalidade de reprodução capitalista através da produção do espaço. Isso se realiza tanto na construção (estruturando novas formas de organização do canteiro de obras, uso de materiais e força de trabalho), como nas formas de uso (as necessidades e os desejos que são satisfeitos por meio dos produtos orientados ao consumo). Nesta nova fase, as concepções de arquitetura e urbanismo, apreendidos pela expressão do “contemporâneo”, ganham um novo sentido como objeto de reflexão. Assim, visa-se também, como objetivo pontual, aprofundar as possibilidades de leitura e compreensão dos espaços aeroportuários contemporâneos.
Referências bibliográficas iniciais:
CHESNAIS, François (org.). A finança mundializada. São Paulo: Boitempo, 2005.
KOOLHAAS, Rem. Três textos sobre a cidade. Barcelona : Gustavo Gili, 2014.
HARVEY, David. O direito à cidade. Revista Piauí, jul. de 2013.
3 acessos ao painel de controle busca ampliar a reflexão acerca da pesquisa Arquitetura e cidade na era do capital financeiro – os espaços aeroportuários.
A imagem do painel, associável ao signo de poder, refere-se às estruturas econômicas correntes – objeto direto dessa linha de pesquisa – na medida em que essas relações, construídas de maneira abstrata através de circuitos contínuos e paralelos estão, mesmo assim, sujeitas a falhas e dissoluções – justamente pela repetição exaustiva desses processos.
Partiu-se de um frame do filme Mercuriales (2014) de Virgil Vernier que, através do redesenho e reedição das cores, tem o intuito de discutir as constantes atualizações e obsolescência dos aparatos tecnológicos e, por consequência, seus sistemas operacionais. Os processos de cópia e edição da imagem combinam aspectos mecânicos e digitais – como uma nota sobre o que é novo e o que é precário.
Por fim, o título e as três aberturas referem-se à metodologia aplicada na pesquisa que, apropriada da obra A revolução urbana de Henri Lefebvre, sugere uma leitura a partir de três níveis que, mesmo independentes entre si, estão em constante diálogo e transversalidade.
A metodologia para o desenvolvimento da pesquisa se baseia na separação de três níveis: total, global e imediato. A imediata se refere ao objeto propriamente dito, à edificação do Terminal 3 de Guarulhos; a global diz respeito às lógicas através das quais o capitalismo financeiro opera; a total discutirá, no campo simbólico e no cultural, os impactos e transformações geradas por grandes obras de infraestruturas. Os três níveis se relacionam entre si, conformando uma rede que confronta a produção do espaço, junto à logica do capitalismo financerizado, com os processos e instâncias materiais e simbólicas dos espaços construídos.