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23.10.2017

(22) Papel social/profissional do arquiteto universitário

O tema “Modos de pensar, Modos de fazer” gerou varias discussões e levantou várias questões e reflexões. A que mais se destaca, em um primeiro momento, é como o trabalho do ambiente acadêmico é distante da realidade que vive a maior parte dos brasileiros. A discussão nos levou a acreditar que é necessária uma maior aproximação do arquiteto com o território, mas também com a população, horizontalizando a produção da arquitetura.

A partir dessa premissa e através do Estúdio Vertical, enxergamos a potencialidade de extravasar as fronteiras do mundo acadêmico, expandindo o nosso trabalho para a cidade, em um lugar que costuma ser mais carente e onde poderíamos ser, de fato, úteis como arquitetos, nas comunidades ou favelas. Assim, gostaríamos de alguma forma produzir e desenvolver para nossa faculdade algo que seja também – e principalmente- útil a comunidade. Através de contatos estabelecidos na Escola Da Cidade, com pessoas engajadas em Paraisópolis, surge a possibilidade de uma intervenção em uma praça na Av. Hebe Camargo que funciona como ponto de encontro das crianças para pegar uma van escolar.

A proposta é fazer um pavilhão que funcione como biblioteca para que as crianças e os pais possam viajar nas historias enquanto esperam pelo transporte. A leitura abre portas para a criatividade, para diferentes perspectivas, engajando diferentes realidades socioculturais. Encantar o ato de ler é um dos nossos objetivos. Pretendemos fazer isso construindo uma instalação efêmera que crie um espaço favorável e aconchegante para a leitura. Os livros arrecadados estarão lá para doação. Se encantou, levou. A ideia é também, manter alguns livros no local, para que as crianças possam manusear nesses momentos de espera. Em parceria com o Projeto LêComigo, fizemos ações para a arrecadação de livros para o projeto.

Para o desenvolvimento do mesmo, nos juntamos com jovens interessados no projeto, para assim acharmos uma forma que seja de todos.

Entendemos que o processo de arrecadação é uma etapa fundamental, então qualquer ajuda é bem vinda. Se existe algum livro parado em casa, incentivamos que o traga, o mesmo pode despertar interesse em outra pessoa. A troca é uma ferramenta importante para esse momento. Surge assim o projeto Se encantou, levou!

Para dar continuidade ao trabalho realizamos uma atividade com as crianças e pais que frequentam a praça da Av. Hebe Camargo, uma oficina criativa composta por rodas de origami, leitura e rodas de desenho que foram organizadas com a intenção de entender o que se deseja e se espera para a praça, quais itens são essenciais e conformam a concepção de biblioteca urbana. Com essa atividade também pretendíamos nos aproximar daqueles que usam a praça diariamente com a intenção de criar um grupo de trabalho, já que entendemos que a participação deles é fundamental, não só porque eles são os usuários e entendem as demandas de outra maneira, mas também porque quando o trabalho é realizado em grupo, cria-se o sentimento de pertencimento, que possivelmente ajudará na preservação do pavilhão. Uma vez analisado esses desenhos e aprendizados dessa experiência, o desenho do pavilhão começou a tomar forma, incorporando os desejos das crianças e dos pais.

Como a ambição do grupo sempre foi de torná-lo concreto, e colocar na pratica tudo aquilo que vimos muito na teoria no ambiente acadêmico, começamos a traçar orçamentos e ir atrás de verbas para a realização do projeto. Assim surge uma possível parceria com a Fundação Itaú Social, que demonstrou interesse pelo projeto em uma conversa inicial, porém por se tratar de uma etapa muito burocrática e com muitas etapas, demanda tempo.

Devido ao prazo de realização do trabalho, não foi possível concretizar o mesmo em tempo da etapa final, devido a dificuldades encontradas ao longo do processo e fatores externos. Porém o grupo entende que a conclusão do mesmo é de extrema importância, uma vez que a comunidade já foi envolvida e o trabalho está avançado. A construção e a realização do evento estão planejadas para acontecer durante o mês de julho, para que possamos compartilhar a nossa experiência no começo do 2º semestre de 2017.

O pavilhão será implantado sobre um canteiro de terra de modo que será necessário um trabalho de nivelamento junto com uma manta estabilizante do solo e uma camada de 10cm de brita para melhor acomodar o deck de pallet. Os pallets de dimensões 1,20m por 0,80m determina o módulo construtivo, assim as dimensões finais do projeto são de 2,40m por 0,80m. Após o intertravamento dos pallets, são lançadas as estruturas que darão origem tanto a estrutura quanto ao mobiliário. A estrutura é composta por peças padrões de madeira Pinus e Cedrinho e chapas de compensado. Se desenvolve em duas fachadas, uma plana, travada somente no sentido longitudinal, e outra espacial, que além de travar a estrutura como um todo no sentido transversal, gera o espaço necessário para a implantação do mobiliário, que trava a fachada longitudinalmente. A cobertura por sua vez, composta por vigas/tábuas de 3,50m dispostas transversalmente, suportam uma lona tensionada com somente uma água no sentido transversal, gerando beirais de 55cm que protegem a estrutura da chuva direta.

Grupo 22: Diogo Sinatti, Elena Tredici, Julie Uszkurat, Matheus Molinari e Vinicius Andrade
Orientadora : Carol Tonetti

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