O professor convidado Luis Antonio Jorge abriu sua palestra com uma citação de K. Stierle: “a verdade da ficção é a sua forma”. A partir dessa ideia, Antonio Jorge passou a tecer um raciocínio sobre o sentido essencial da forma da obra de arte. Lembrou, por exemplo, da exposição de Lina Bo Bardi, “A mão do povo brasileiro”, em que a arquiteta consegue ler as especificidades do design popular brasileiro, extraindo daí um grande aprendizado. O professor continuou explorando em sua fala as relações entre a criação material (design / projeto) e aquela narrativa (literária) na formação de uma cultura, como podem ser coisas muito próximas. Assim, recorrendo a Guimarães Rosa e ao anônimo artesão de carros-de-boi, constrói um discurso poético que se configura, ao fim, numa proposta de projeto, sendo ao mesmo tempo uma reflexão sobre nossa cultura.
O professor Giorgio Giorgi apresentou-se como um ser anfíbio, ao transitar tanto pelo meio acadêmico quanto pelo profissional. Dito isso, observou então a elasticidade atual do termo “design” e passou a uma incursão pelas transformações que esta palavra sofreu desde o fim do século XIX até hoje, trazendo exemplos que evidenciassem a complexidade desse processo. Ao debater peças consagradas, mostrou como as mudanças estão vinculadas a questões produtivas e também culturais.