ARQUITETURA
O PROJETO COMO RESULTADO DE UM PROCESSO COLETIVO
O projeto para nova unidade de Campo Limpo é resultado de um processo coletivo (ainda em andamento). A partir de Oficinas que contaram com a participação de professores e estudantes (da graduação e pós-graduação) da Escola da Cidade, o Grupo Técnico foi responsável pela organização e desenvolvimento dos conceitos discutidos e acordados nestes encontros.
O funcionamento de quatro anos da Unidade Provisória , assim como os resultados da pesquisa desenvolvida pela Escola da Cidade de mapeamento das atividades socioculturais do Campo Limpo, além do termo de referência elaborado pela Comissão Interna do SESC SP, permitiu ao projeto incorporar as manifestações correntes e as características do uso atual para o funcionamento da nova unidade.
UMA PRAÇA COBERTA
A dimensão urbana mais marcante desta nova unidade será a praça coberta, um espaço de uso coletivo e, porque não dizer, público, de 80 x 80 metros. Uma estrutura de madeira modular (20 metros) com 14 metros de altura, abrigará todas as atividades neste espaço aberto a urbe. Ao mesmo tempo que garante uma exigência legal de fruição urbana, é verdadeiramente um espaço ofertado á cidade e se constituirá inevitavelmente em um espaço marcante para todos.
BLOCO PROGRAMÁTICOS – EDIFÍCIOS NEUTROS
Contrastando com a força deste espaço aberto, temos dois planos homogêneos que conformam os limites deste lugar e que abrigam os programas do SESC concentrados em dois blocos: Oeste e Leste. Estes dois blocos correspondem à lógica da construção por etapas sucessivas mantendo o atual funcionamento provisório. Ambos os blocos são constituídos por estruturas metálicas que preveem a montagem abreviando o tempo necessário para a sua execução. A disposição dos blocos conforma, de um lado, a Praça Aberta correlacionada com as ruas e, do outro lado, uma rua de serviço no mesmo nível dos programas de apoio em uma cota inferior, organizando com clareza o funcionamento da unidade.
Os blocos são constituídos por estruturas longitudinais de circulação (vertical e horizontal) com 5 metros de largura, com iluminação e ventilação natural, intercalados por módulos espaciais de 15 metros ou 30 metros que abrigarão as atividades da futura unidade. Os fechamentos também serão executados em placas metálicas perfuradas que garantem uma uniformidade plástica e uma desejável serenidade a estas construções.
BLOCO PROGRAMÁTICO LESTE – ATIVIDADES ESPORTIVAS
Deverá ser o primeiro bloco a ser construído e abrigará os programas esportivos, vestiários e serviços de odontologia. Justamente as quadras poliesportivas e o espaço destinado as piscinas cobertas, por suas dimensões e características, assim como os ambientes destinados a odontologia, práticas desportivas e crianças, poderão abrigar provisoriamente (durante a construção do conjunto) programas do SESC Campo Limpo permitindo a manutenção do seu funcionamento.
BLOCO PROGRAMÁTICO OESTE – ATIVIDADES CULTURAIS
Este bloco, construtivamente mais complexo, (que será construído imediatamente após o anterior) abrigará os programas culturais, teatro, exposições, escola de musica, comedoria, além da administração. No nível inferior situam-se os programas técnicos de apoio às atividades que estão nos níveis superiores.
UMA ESTRUTURA DE EXCEÇÃO PAIRANDO SOBRE A PRAÇA
Como uma exceção neste generoso espaço aberto coberto provido de uma abertura de 20X20 metros em madeira laminada que será fabricada e montada após a execução dos blocos programáticos. Essa estrutura garante um jardim interno além da iluminação natural no interior da praça, uma estrutura de circulação, articulação e permanência organiza o plano aéreo no nível 4,20 metros.
Este plano estabelece ligações estratégicas ao programa dos blocos e abriga a biblioteca, um volume suspenso que estabelece uma transição espacial para os ingressantes da praça a partir da Av. Campo Limpo. Além disto esta superfície aérea permite a visualização de todas as atividades deste espaço e se tornará um suporte destes acontecimentos. Os elementos de circulação vertical (escadas e elevador) garantem múltiplas alternativas para os circuitos de circulação possíveis no conjunto edificado.
EQUIPE
Coordenadores: Alvaro Puntoni e Marta Moreira
Arquitetos: Beatriz Hoyos e Pedro Mauger
Estudantes: Beatriz Sallowicz, Clara Varandas e Inaê Negrão
Colaboradores: Amanda Wensko, Ana Clara Marin, Beatriz Dias, Breno Felisbino, Bruna Cardoso, Bruna Marchiori, Camila Toledo, Catarina Calil, Carolina Klocker, Ciro Pirondi, Débora Okamoto, Diego Petrini, Eduardo Loverro, Fábio Monsaner, Felipe Amaral, Felipe Noto, Felipe Stracci, Francine Mazza, Giovanna Tozzi, Guilherme Paolielo, Guilherme Trevizani, Gustavo Cavalcanti, Hélio Olga, Heloisa Maringoni, Herman Tatsch, José Paulo Gouvêa, Kamila Montalvão, Laís Silva, Laura Peters, Laura Tomiatti, Leonardo Loyolla, Lucas Barros, Luís Mauro Freire, Luíz Solano, Marília Serra, Marina Schiesari, Marina Bagnati, Mauro Munhoz, Marcelo JunYamaga, Marcus Vinicius Lima, Otávio Sasseron, Pedro Norberto, Pedro Salles, Pedro Vada, Rafaella Lupino, Rafic Farah, Rebeca Domicianiano, Stella Tamberlini, Valentino Consiglio, Veridiana Fiorotto, Yuri Tambucci
O SESC COMO CONSTRUTOR DOS ESPAÇOS DE ENCONTRO
A nova unidade de Campo Limpo ofertará além de todas as atividades do SESC um lugar de encontro.
As varandas de circulação dos blocos programáticos que emergem dos blocos na praça no nível aéreo (4.20) não se destinarão exclusivamente ao movimento do corpo no espaço, mas também serão lugares de permanecia e reunião das pessoas, transformando estes espaços em protagonistas do conjunto.
Finalmente, a grande praça é o principal espaço da nova unidade. Como um “não programa “ (por admitir múltiplos usos) é um “espaço sem nome” (como define o professor Flavio Motta) e que será apropriado pelos usuários e se tornará o endereço fundamental de Campo Limpo.