Trabalho desenvolvido nos módulos 3 e 4 do curso de Pós-graduação lato sensu Habitação e Cidade, em sua edição de 2015, pelos alunos Andrea Straccia, Bethania Souza, Lucio Mamede, Luis Fernando Cato, Manoella Gabriel e Miguel Okada.
A ênfase do trabalho está na inserção de novos edifícios de habitação para relocar famílias a serem removidas em função de risco, de obras de infraestrutura, do acesso às suas moradias estar na faixa relacionada à linha de transmissão de alta tensão e também para conquistar áreas de provisão na comunidade Jardim Cumbica 2, em Guarulhos, SP.
Nessas áreas de provisão conquistadas – uma em cota mais alta, junto a uma rua que serve de mirante para o vale por onde cruza a via Dutra, outra ao longo de uma via que faz limite da comunidade com o contíguo bairro dito formal e uma última no pé do talude de aterro da via Dutra – são ensaiados tipos de edifícios em arranjos que remetem a conjuntos de referência e que dialogam com as condições onde são implantados.
É mais desenvolvido no âmbito do trabalho apresentado o edifício longo chamado de tipo 1, que estabelece uma nova fachada para a rua onde está o limite da comunidade – ainda que percebido como um edifício único, também pode ser entendido como uma série de edifícios justapostos, algo que fica reforçado por aberturas de dimensões consideráveis no nível da rua, que servem de acesso tanto à circulação vertical como aos jardins propostos junto ao córrego recuperado: configurando-se simultaneamente como portais de acesso e espaços de transição entre o público e o doméstico, essas aberturas-passagens produzem simpático efeito. Em um desses portais, o mais monumental, há o acesso a uma passarela que leva à outra margem do córrego (servindo, assim, como articulação dos dois lados do vale), onde se propõe a instalação de um equipamento de porte – um restaurante-escola, programa interessante e bem-vindo, entrelaçado com uma horta comunitária que se conecta com os jardins propostos junto ao córrego, fazendo pensar na possibilidade de essa produção de alimentos se expandir por todas as áreas no trabalho chamadas de áreas verdes e vazios das quadras, resultando em um sistema de espaços públicos produtivos. Importante a associação proposta entre a moradia e a produção e processamento do alimento.
O trabalho dedica-se a investigar sobre a manutenção da população naquela área ocupada, atentando para o número de habitantes envolvidos e densidade decorrente, tratando da questão do alimento como intimamente associada à moradia. Além disso, traz uma complementar solução de saneamento do tipo convencionalmente utilizado. Há que avançar com a compreensão da implantação do edifício chamado tipo 1 em relação aos níveis existentes nos espaços públicos ali presentes.