08.02.2017

Quintal coletivo junto aos córregos – defesa de uma paisagem produtiva nos bairros populares

O projeto aqui apresentado foi desenvolvido pelos alunos Henrique Utino, Leandro Zaparoli, Julio Alves, Naymi Lobato, Jéssica Nardy e Leonardo Gualberto, no curso de Pós-graduação lato sensu Habitação e Cidade (na Escola da Cidade) em sua edição de 2015, tendo o bairro jardim Cumbica 2, de Guarulhos, como objeto de investigação analítica e propositiva. Trata-se de um estudo preliminar que identifica possibilidades para adequação da estrutura urbana que é base de uma comunidade ali estabelecida há décadas, cuja origem está intimamente relacionada com os processos estudados no Contracondutas.

A equipe identifica Estações convencionais de Tratamento de Esgoto (na escala do município) e de Água (ver análise do entorno) nas imediações do bairro em questão e avança numa investigação sobre como podem ser desenhadas as áreas junto aos córregos ali presentes de tal maneira que jardins de suas margens tenham a função de filtros e, portanto, já realizem o tratamento necessário.

A leitura do entorno, com uma série de equipamentos, e de áreas de risco do bairro Jardim Cumbica 2 e sua condição de desconexão em relação à vizinhança, em função da não continuidade de caminhos, resultou em propostas de estratégias de ação que compõem remoções, relocação, abertura de acessos associados a novos equipamentos e tratamento das margens dos córregos de maneira a torná-las um quintal coletivo, público, que faz o saneamento das águas, afirmando como produtiva aquela paisagem recriada. A equipe dedica-se, inclusive, a imaginar etapas e formas de gestão dessas ações que, no conjunto, representam um plano de projetos para a área.

A ênfase deste projeto está no desenho das margens dos córregos, com peças que têm dupla função – contenção e shaft de tubulações de esgoto, que podem servir de bacia de evapo-transpiração (BET) associada ao plantio de bananeiras, além de outras peças que são canteiros semi submersos para plantas de brejo, apropriadas para o saneamento das águas, sendo as espécies indicadas em todas as situações também alimentícias, ecoando os quintais tradicionais brasileiros, produtivos e ribeirinhos.