Este post é dedicado a apresentação do projeto desenvolvido pelos alunos Alessandra Santos, Cecília Carrapatoso, Gustavo Fontes, Marineia Lazzari, Renato Pereira e Shirlene Matos no curso de Pós-graduação lato sensu Habitação e Cidade (Escola da Cidade) em sua edição de 2015, dando continuidade ao conjunto de publicações dedicadas aos trabalhos realizados naquele ano. A proposta é resultado do exercício de projeto para o bairro Jardim Cumbica II, em Guarulhos, que tem sua dinâmica relacionada diretamente aos temas estudados no Contracondutas.
Com a liberdade acadêmica condicionada pelo curso, o grupo se desprende das amarras orçamentárias para alçar o que acreditam ser o cenário ideal, ainda que realista, para que o bairro se desenvolva e supere, em grande medida, as precariedades e carências urbanas da área . O primeiro passo foi definir e quantificar as remoções necessárias devido a situação eminente de risco, para então identificar os locais de implantação dos novos conjuntos habitacionais, ainda dentro da área de intervenção.
A proposta inclui a inserção de três conjuntos habitacionais na cotas superiores que almejam um redesenho para a recuperação e preservação das nascentes ali localizadas juntamente com uma oportunidade de criação de novos espaços públicos contíguos, em pontos que o grupo considerou “portas de entrada” para o bairro. O segundo gesto da proposta é a inserção de dois equipamentos institucionais, uma biblioteca e uma creche, implantados às margens do novo córrego, resultado da estratégia de remoções e abertura de novos caminhos ao longo do vale, transformando-o em um novo espaço coletivo que partilham a presença do córrego e uma nova perspectiva da paisagem urbana ali desvelada. A ênfase do projeto se concentra em um grande conjunto habitacional que aproveita uma oportunidade territorial de topografia bastante acidentada para garantir a capacidade de reassentamento dentro da própria área, três lâminas dispostas transversalmente as cotas, se lançam frente ao vale.
A equipe defende a importância dos locais de implantação dos novos conjuntos, escolhidos para que sejam reconhecidos e se transformem em referências na paisagem, revelando as qualidades topográficas e urbanas daquele local, para que dessa forma a intervenção, como forma de atuação, reverbere e garanta a manutenção das áreas requalificadas, agora integradas.