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Tempo Livre na Cidade

O Seminário Internacional é um dos eventos mais significativos e celebrados na Escola da Cidade. Uma vez ao ano, durante uma semana, a Escola recebe convidados nacionais e internacionais de reconhecido prestígio e organiza conferências e debates abertos ao público, workshops e dinâmicas especiais entre alunos e professores, estudando com profundidade uma determinada questão, tema contemporâneo. Em edições anteriores, foram tratados temas como a habitação, infraestrutura urbana e mobilidade, proporcionando sempre uma nova e rica leitura.

Realizado pela Escola da Cidade e pelo Sesc, o X Seminário Internacional abordou o Tempo Livre na Cidade, com a participação de profissionais de países como Portugal, França, Espanha, México e Brasil, durante o período de 23 a 27 de março de 2015, na Escola da Cidade e nas unidades do Sesc.

O Seminário Internacional 2015 inaugurou um conjunto de atividades a serem realizadas em parceria entre a Escola da Cidade e o Sesc, visando estabelecer um diálogo contínuo e em permanente aprofundamento entre arquitetura, urbanismo e educação, por meio da cultura e do lazer. O tempo livre sempre fez parte do desejo humano e a forma como ele é conquistado na cidade contemporânea foi o foco das discussões do seminário, firmado em convênio pelos próximos anos para estudar o tema. Anseia-se, ainda, que tal resultado possa ser parte do projeto piloto e da construção do Sesc Campo Limpo e ferramenta para as futuras unidades do Sesc.

Esse foi o décimo ano em que a Escola da Cidade realizou seu seminário internacional, evento que durante uma semana traz à faculdade convidados nacionais e internacionais de reconhecido prestígio e organiza conferências e debates abertos ao público, workshops e dinâmicas especiais entre alunos, professores e público interessado, estudando com profundidade temas contemporâneos.

23.03 – segunda-feira

Danilo Santos de Miranda – Sesc em São Paulo

Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo, aborda a importância fundamental do tempo livre na concepção da vida do trabalhador e o papel que o lazer tem, não apenas como uma categoria em alternância com o trabalho, mas também como um lugar importante para o desenvolvimento e a melhoria da vida das pessoas, e que, portanto, tem que ser qualificado, seja no âmbito dos seus espaços ou conteúdos.

Danilo Santos traça uma genealogia da abordagem do Sesc São Paulo em relação ao tema do tempo livre, desde a implantação de suas primeiras unidades, em 1946 – para atender a expectativa de um novo quadro econômico, social e político do Brasil, que nesse momento assumia um intenso processo de industrialização e urbanização –, e ao longo do desenvolvimento de seus programas socioculturais, a partir dos anos 1960. Além disso, destaca a importância do papel dessas instituições culturais na qualificação do espaço urbano e as demais experiências em outras unidades no Estado de São Paulo.

Luis Felipe Vera – Urbanismo Efímero (em Espanhol)

Convidado para participar do X Seminário Internacional: Tempo Livre na Cidade, realizado pela Escola da Cidade e pelo Sesc São Paulo, Luis Felipe Vera abordou o fenômeno do urbanismo efêmero, estabelecendo um contraponto à noção usual de arquitetura estática e permanente. A partir de análises temporais de alguns sítios urbanos, ele exemplifica que a forma física das cidades está se flexibilizando, e defende a prática de soluções temporárias para problemas temporários. Para ele, o efêmero deve ser, cada vez mais, considerado parte do discurso do urbanismo contemporâneo.

Na sua apresentação, Vera relata o projeto Kumbh Mela: Mapping the Ephemeral City, coordenado por ele, na Harvard University. Trata-se de uma pesquisa sobre a maior cidade efêmera do mundo, a Kumbh Mela, que se consolida para fins religiosos a cada 12 anos, às margens do rio Ganges, na Índia. O projeto contou com extensas pesquisas de campo conduzidas por equipes de acadêmicos e estudantes, durante o Kumbh Mela 2012, e grandes esforços para se mapear e sistematizar informações sobre este fenômeno urbano até então pouco estudado.

 

 

 

Em realidade, quando as paisagens urbanas temporárias são vistas como uma expressão de uma forma distinta de urbanismo, um diálogo potencial se estabelece entre assentamentos efêmeros e assentamentos permanentes, (…) oferecendo alternativas não somente para repensar os casos dentro dos limites do urbanismo efêmero, senão também para incrustar sistemas mais suaves e, talvez, mais robustos dentro das cidades permanentes.

 

 

Danilo Santos de Miranda é especialista em ação cultural, é diretor regional do Sesc – Serviço Social do Comércio no Estado de São Paulo. Formado em Filosofia e Ciências Sociais, realizou estudos complementares de especialização na Pontifícia Universidade Católica e na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo e no International Institute for Management Development (IMD), Lausanne, Suíça.

Luis Felipe Vera é codiretor do Centro de Ecologia e Urbanização, professor de DESIGNLAB, na Universidade Adolfo Ibañez, e Professor Visitante na Escola de Pós-Graduação em Design, da Universidade de Harvard. Trabalha como instrutor em planejamento urbano e projeto na Escola de Pós-Graduação em Design da Universidade de Harvard, e como Pesquisador Associado no projeto de Gestão, Design e Planejamento Ambiental: Um Futuro Sustentável para Exuma, e também colabora com o Projeto Mela Kumbh.

 

Captação: Bruno Buccalon, Clarissa Mohany, Martha Levy, Manuela Raitelli e Pedro Norberto.

Edição: Felipe do Amaral, Rogério Macedo e Stella Bloise

Texto: Felipe do Amaral e Stella Bloise

24.3 – terça-feira

Margareth Rago – Inventar outros espaços

Como parte do X Seminário Internacional: Tempo livre na cidade, a professora Margareth Rago abordou as heterotopias e a cidade, e em como pensar em outros espaços. O assunto foi abordado por meio do pensamento do filósofo Michel Foucault, que percorre diversos espaços percebendo e categorizando suas multiplicidades, demonstrando os diversos tipos de heterotopias.

O discurso sobre a cidade panóptica aborda como as cidades adotaram esse modelo de vigilância e como o tempo livre acaba sendo comprometido por os controles da cidade vigiada, e como agentes se colocam como heterotopias ao se negarem a esse padrão e proporem novas estruturas de cidade.

Os anarquistas criticaram a cidade disciplinar, a prisão que os industriais vendiam como liberdade.

André Vainer – A voz de Lina Bo Bardi

Como parte do X Seminário Internacional: Tempo Livre na Cidade, o arquiteto André Vainer comenta sobre o processo de elaboração do projeto e da execução do Sesc Pompeia, projeto de Lina Bo Bardi. Vainer parte de uma coletânea de vídeos em que a própria Lina discute sobre a arquitetura no Brasil e, também, sobre o Sesc Pompéia, para enfatizar a sua importância em termos arquitetônicos e concepção de fruição pública.

O Sesc Pompeia foi, de fato, um divisor de águas nos programas que o Sesc tinha para seus centros, inicialmente, de lazer e esporte.

Abel Perles – Studio Productora DF

Como parte do X Seminário Internacional – Tempo Livre na Cidade, Abel Perles conversa sobre diversos projetos arquitetônicos do Studio Productora DF, do qual é sócio-fundador, como o pavilhão do México na feira de culturas da Cidade do México. Ele apresenta o pensamento gerador de cada projeto e suas limitantes.

Abel também apresenta o espaço Liga, uma galeria de arquitetura para que arquitetos latino americanos possam expor seu pensamento sobre arquitetura, em um espaço de 16m².

En el siglo XX el museo era más importante que lo mismo arte que contenía. Entonces, decidimos que por que no el museo ser un no-edificio, y que no lo puedas ver porque estaba enterrado, y lo importante era lo que continía em su interior.

Debate #1: Abel Perles, André Vainer e Margareth Rago

Os convidados Abel Perles, André Vainer e Margareth Rago debatem com Taisa Palhares, Vinicius Andrade, Cristina Xavier questões referentes às apresentações do  2º dia do X Seminário Internacional da Escola da Cidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

Margareth Rago é historiadora e professora titular do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História do IFCH da UNICAMP; professora-visitante na Columbia University, NY, entre 2010-2011 e no Connecticut College (EUA), entre 1995/1996; diretora do Arquivo Edgard Leuenroth da UNICAMP em 2000. Publicou “Do Cabaré ao Lar. A utopia da cidade disciplinar e a resistência anarquista” (Paz e Terra); “Os Prazeres da Noite. Prostituição e códigos da sexualidade feminina em São Paulo, 1890-1930” (Paz e Terra); “Entre a História e a Liberdade: LuceFabbri e o Anarquismo Contemporâneo” (UNESP); “Foucault, o Anarquismo e a História” (Achiamé). Com a Dra. Tânia N. Swain e Dra. Marie France Dépêche, edita a revista feminista digital Labrys, estudos feministas (Labrys, études féministes); com o Dr. Pedro Paulo Funari, edita a revista digital AULAS da UNICAMP.

André Vainer é arquiteto e urbanista formado pela FAU-USP em 1980. Foi sócio do escritório André Vainer e Guilherme Paoliello de 1978 a 2009.O escritório teve trabalhos premiados e destacados nas premiações do IAB de2000, 2002 e 2004; Prêmio Master Imobiliário em 2000; nas II, IV, VI e VII Bienais Internacionais de Arquitetura de São Paulo e na premiação Top XXI da revista Arc Design em 2007. É titular, atualmente, do escritório André Vainer Arquitetos e professor da Escola da Cidade.

Abel Perles estudou Arquitetura e Urbanismo naUniversidad de Buenos Aires (UBA) Argentina. Tem experiência em grandes projetos de construção graças a sua colaboração em escritório de arquitetura e empresas de construção na Argentina, República Dominicana e México. Formou parte da equipe de trabalho do LCM – Fernando Romero, no ano de 2002 e na Central Arquitectura, entre os anos de 2002 e 2005, na Cidade do México. Desde 2006 é sócio fundador do escritório PRODUCTORA, na Cidade do México. O estúdio vem realizando uma série de projetos no México e no exterior (Ásia e América do Sul), desde projetos residenciais a edifícios públicos ou corporativos. O trabalho da empresa tem sido publicado e premiado nacional e internacionalmente.

A PRODUCTORA é um estúdio de arquitetura localizado na Cidade do México, formado por arquitetos de diferentes nacionalidades: Abel Perles (1972, Argentina), Carlos Bedoya (1973, México), Victor Jaime (1978, México), e WonneIckx (1974, Bélgica). O trabalho da PRODUCTORA é caracterizado por sua ênfase nas geometrias precisas, um esforço para gerar projetos legíveis com gestos claros e procurar edifícios atemporais em suas resoluções materiais e programáticas.

Em 2011 fundou LIGA, um espaço na Cidade do México dedicado à promoção da Arquitetura Latino-americana de Vanguarda.

 

Captação: Bruno Buccalon, Clarissa Mohany, Martha Levy e Pedro Norberto.

Edição: Felipe do Amaral e Rogério Macedo

Texto: Rogério Macedo

25.3 – quarta-feira

Luiz Bolognesi – Cine Tela Brasil

Convidado pelo X Seminário Internacional – Tempo Livre na Cidade, o roteirista e diretor de cinema Luiz Bolognesi apresentou seu projeto Cine Tela Brasil, cinema itinerante que busca trazer a qualidade e o glamour do cinema para as periferias brasileiras.

Para a grande maioria que vive nesse país, essa questão do tempo livre continua um massacre muito violento, porque a estrutura social, a estrutura urbanística é uma herança do modelo escravocrata […] temos que pegar todo nosso tempo livre e colocar muita energia para transformar essa sociedade.

O cineasta também debateu a questão do tempo livre como um tempo de liberdade e utopias, demonstrando a importância de promover a implantação de espaços públicos de vivência e convívio.

Carlos Alberto Maciel – Arquitetura da liberdade

Convidado pelo X Seminário Internacional – Tempo Livre na Cidade, o arquiteto e urbanista Carlos Alberto Maciel desenvolveu uma reflexão sobre as cidades e arquiteturas correspondentes ao tempo livre, discutindo a necessidade de reverter a essência da arquitetura para que ela vá ao encontro do seu desejo de liberdade. O convidado discorreu sobre a skolée as organizações panópticas, citando Lefévre para defender a ideia de que é preciso romper com a lógica funcional, apresentando emblemáticos projetos que redesenham a paisagem, ou são apenas uma extensão dela, e que podem ser apropriados e transformados de diversas formas ao longo do tempo.

O trabalho do arquiteto não pode chegar à determinação de todos os detalhes para que essa apropriação, entendida como um fazer, possa acontecer.

Ao final, Calos Alberto apresentou um panorama sobre os trabalhos desenvolvidos pelo seu escritório em Belo Horizonte e Inhotim, indagando-se como a arquitetura pode superar o tempo mediado e instituir o sentido da “arquitetura da liberdade”.

“Tempo livre é uma reserva de vida imediata em um sistema completamente mediado”, citando Theodor Adorno.

Ricardo Bak Gordon – Coletividades no espaço público

Convidado pelo X Seminário Internacional – Tempo Livre na Cidade, o arquiteto Ricardo Bak Gordon apresentou projetos de sua autoria, realizados em Portugal, onde os temas do espaço público e do tempo livre estão presentes, como nas áreas de convivência das Escolas Secundárias do Porto; e seu projeto para o Parque Urbano em Setúbal, que conta ainda com a ideia de matéria única, capaz de desempenhar, no mesmo lugar, funções distintas.

Nós, como arquitetos, vamos fazer, devemos fazer, procuramos fazer nos nossos trabalhos, nas oportunidades todas que nos dão, em limite, subvertendo o próprio programa como tantas vezes fazemos, a favor do espaço público ou seja, onde podemos, o espaço público entra (…) Devemos manipular o programa a favor da cidade, do espaço de todos. Mas também é verdade que o lugar último do homem como refúgio contra o universo e a natureza também existe e tem que ser respeitado. 

Bak Gordon também discutiu a questão do público e do privado e a necessidade do equilíbrio entre coletivo e individual, em seu projeto para o Museu dos Coches (Lisboa), que teve parceria com o escritório MMBB.

Debate #2: Luiz Bolognesi, Carlos Alberto Maciel e Ricardo Bak Gordon

Os convidados Luiz Bolognesi, Carlos Alberto Maciel e Ricardo Bak Gordon debatem com  Alvaro Puntoni, José Guilherme Pereira Leite e Marta Moreira questões referentes às apresentações do  3º dia do X Seminário Internacional da Escola da Cidade.

 

 

 

 

 

Luiz Bolognesi é roteirista e diretor de cinema. Coordena o Instituto Buriti que durante dez anos levou quatro salas de cinema itinerante e oficinas de audiovisual às periferias de 790 bairros em 18 estados do país. Como cineasta, Bolognesi escreveu e dirigiu o desenho animado Uma História de Amor e Fúria (2013), vencedor do Festival de Annecy (França), o principal festival de animação do mundo. Além disso co-dirigiu os documentários  Cine Mambembe, o Cinema Descobre o Brasil (1999), A Guerra dos Paulistas (2002), Lutas.doc (2011) e Educação.doc (2014). Como roteirista, escreveu os roteiros dos filmes Bicho de Sete Cabeças (2001), O Mundo em Duas Voltas (2006), Chega de Saudade (2007), Terra Vermelha (2008), As Melhores Coisas do Mundo (2010) e Amazônia, Planeta Verde (2014), que foram exibidos e premiados em diversos festivais.

Carlos Alberto Maciel é arquiteto e urbanista (1997), mestre (2000) e doutor (2015) em teoria e prática de projeto pela Escola de Arquitetura da UFMG, onde é professor. É sócio-fundador do escritório Arquitetos Associados. Vive e trabalha em Belo Horizonte, MG, Brasil.

Ricardo Bak Gordon é arquiteto (1990) pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa,  Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto e pelo Instituto Politécnico de Milão. Foi conferencista e/ou professor convidado em diversas universidadese instituições e atualmente é professor convidado no Mestrado Integrado de Arquitetura no Instituto Superior Técnico (IST) de Lisboa. É criador e coordenador do atelier BakGordonArquitetos e autor de projetos como o Pavilhão de Portugal na ExpoZaragoza (2008),  Pavilhão de Portugal na Bienal de São Paulo (2007)e do projeto expositivo da 1ª edição da Trienal de Arquitetura de Lisboa (2007).Foi nomeado para o prêmio Mies van der Roheem(2009)(2011) e foi vencedor dos prêmiosFAD2011 (Barcelona, Espanha) e BIAU (2012) (Cádiz, Espanha) e representantede Portugal na Bienal de Veneza (2010)(2012).

Captação: Bruno Buccalon, Clarissa Mohany, Martha Levy, Morena Miranda e Pedro Norberto.
Edição: Clarissa Mohany

Texto: Clarissa Mohany

26.3 – quinta-feira

Hector Zamora – Arte nos espaços públicos

Convidado pelo X Seminário Internacional – Tempo Livre na Cidade, o artista mexicano Héctor Zamora apresenta seus trabalhos ao longo de últimos anos que procuram fazer uma relação com o espaço público. Para abordar o tema do tempo livre, Héctor Zamora faz relatos de seu trabalho como artista, enfatizando a relação com o espaço público. Segundo ele, este é fundamentalmente um trabalho de negociação que se inicia com o convite para participar de uma exposição e se desenvolve na proposta pensada para aquele espaço, e como isso pode promover uma interação com os públicos, a partir das relações com o tempo livre.

 

Francisco Burgos – Madrid Río (em Espanhol)

Convidado pelo X Seminário Internacional – Tempo Livre na Cidade, o arquiteto e urbanista Francisco Burgos apresentou o Madrid Río, projeto realizado pelo seu escritório para a requalificação do rio Manzanare, a partir de análises da geografia, infraestrutura urbana e dos diversos usos que se fez do rio, no decorrer de sua história. O projeto, que deveria servir como suporte para estender as paisagens naturais para o interior da cidade e vice-versa, visa criar um grande espaço para o tempo livre, reintegrando o contato com o rio.

 

 

Marlène Ghorayeb – Enjeux et pratiques de l’urbanisme contenporain (em Francês)

Convidada a participar do X Seminário Internacional – Tempo Livre na Cidade, a arquiteta francesa Marlène Ghorayeb apresentou seus estudos sobre desafios e práticas do urbanismo contemporâneo frente às grandes modificações urbanas do século 21, tais como a mutabilidade das cidades, sua evolução numérica e a mudança nos modos de vida das famílias e dos trabalhadores. Isso implica não somente a necessidade de se repensar os sistemas de transporte, os locais de trabalho e a habitação, mas também a revisão dos paradigmas que norteiam as intervenções e ferramentas do urbanismo e a própria prática profissional do urbanista.

A noção de projeto urbano substitui o urbanismo de planos, quando está evidente que o problema não é construir novas cidades, mas requalificar a urbanização existente.

Quando identifica os habitantes como os verdadeiros agentes construtores da cidade, Ghorayeb associa o projeto urbano a uma tendência de mudança nos modos de governar a cidade. que aponta para a descentralização e para o maior envolvimento das populações. Além disso, a interdisciplinaridade quanto ao perfil de especialistas envolvidos e a abordagem global e espacial evidenciam ainda mais a adequação do projeto urbano ao momento de evolução na concepção de organização das cidades, atualmente. Ghorayeb também afirma que “a ideia é que, a partir da compreensão e da leitura do território, sejam dadas as ferramentas de projeto, sendo isso mais importante que o fazer projetual em si”.

Clément Blanchet – Equivalence (em Frânces)

Convidado pelo X Seminário Internacional – Tempo Livre na Cidade, Clément Blanchet iniciou sua fala comparando brevemente o papel do arquiteto nos séculos 20 e 21, e algumas implicações de um mundo altamente informatizado na arquitetura pós-moderna.

Num mundo acelerado, onde tudo é opcional, tudo é imediato, repousa a questão do papel do arquiteto na atualidade

Em seguida, partiu para a apresentação de projetos que desenvolveu para diversos concursos pelo mundo junto ao OMA France e com seu próprio escritório, o Clément Blanchet Architecture. Através de diagramas, modelos 3D, plantas e cortes, Blanchet mostra o rico e extenso processo de concepção de cada um dos projetos, desde os estudos do entorno, até atingir-se a forma final.

Dentre os projetos apresentados estão a Jean-Jacques Bosc Bridge, Bordeaux, França (2014), Bibliothèque Multimédia À Vocation Régionale, Caen, França (2010) e o Jack Layton City Terminal Park, Toronto, Ontario, Canadá, 2015.

Debate #3: Clément Blanchet, Francisco Burgos, Marlène Ghorayeb e Héctor Zamora

Os convidados Clément Blanchet, Francisco Burgos, Héctor Zamora e Marlène Ghorayeb debatem com Carol Tonetti, Fernanda Barbara, Ginés Garrido e Guilherme Paoliello questões referentes às apresentações do quarto dia do X Seminário Internacional da Escola da Cidade.

 

Héctor Zamora é artista nascido no México e trabalha em São Paulo desde 2007. Seus trabalhos fizeram parte de diversas exposições ao redor do mundo, entre elas as bienais de Shenzhen, Istambul, Veneza, Havana, Cairo e São Paulo.

Francisco Burgos é arquiteto (1985) pela Faculdade de Arquitetura, [ETSA] UP Madrid [Honras]; Ph.D. (2001) ETSA, UP Madrid [Magna Cum Laude com honras]. Arquiteto diretor, juntamente com Ginés Garrido, no Burgos&Garrido ArquitectosAsociados [BGAA] com sede em Madrid, Espanha. Ao longo dos últimos anos o trabalho do escritório procura focar em projeto e construção de espaços públicos, parques e planejamento de território urbano, a partir da perspectiva de sustentabilidade social e ambiental. O BGAA trabalha continuamente na concepção e construção de projetos de habitação social e edifícios públicos. Seu trabalho tem sido reconhecido nacional e internacionalmente com vários prêmios na categoria de obra construída. Destacam-se os seguintes prêmios: International Urban Design and Landscaping Award, International Committee of Architectural Critics (2011); Best Civil Work Award, Madrid College of Civil Engineers (2011); JEC Composites Award, Paris (2011); Urban Intervention Award [finalista], Senate Department for Urban Development, Berlin (2010); entre outros.

Marlène Ghorayeb é arquiteta e urbanista, doutora em planejamento urbano e organização do território. Professora na Escola Especial de Arquitetura (ESA – França), é responsável pelo terceiro ciclo de urbanismo, sobre Mutações Urbanas. O seu trabalho está centrado na transferência de teorias de planejamento urbano e questões de desenvolvimento urbano. Autora do Livro “Beirute sob mandato francês, a construção de uma cidade moderna”, que destaca como o planejamento urbano francês do período entre guerras foi exportado para Beirute, e como os novos cânones estéticos urbanos lhe são impostos.

Clément Blanchet é arquiteto francês, professor e crítico, atua ativamente nos campos de teoria da arquitetura, urbanismo, e investigações culturais. Professor na Escola Especial de Arquitetura (ESA – França). Blanchet é ex-Associado do OMA, onde ingressou em 2004. Selecionando-se alguns projetos, Clément foi o arquiteto responsável pela SerpentineGallery, em colaboração com Cecil Balmond; reurbanização da Ilha Seguin, em Paris;pelo novo teatro em Casablanca;bairro europeu em Rue de La Loi;pela extensão de Monaco para o mar com C. De Portzamparc e F. O Gehry. A partir de um foco progressivo ao dirigir os projetos do OMA na França, liderou a pesquisa sobre a revitalização do bairro em torno de La Defense, sendo também arquiteto do projeto da torre Phare (2006) e da torre Signal (2008), em Paris. Escreveu com Rem Koolhaas o livro “Memorandum La Defense”. Em seguida, conceituou um projeto para o Tribunal de Grande Instance em Paris. Em 2011, Clement Blanchet foi nomeado Diretor do OMA France.Durante seus 10 anos de colaboração com Rem Koolhaas, Blanchet contribuiu para o desenvolvimento do OMA na França liderando diversos projetos vencedores para a firma, tais como o projeto e construção da Biblioteca de Caen na França;o Centro de Convenções e Exposições em Toulouse;a Escola de Engenharia de Centrale; planos diretores em Saclay e em Bordeaux; e recentemente a ponte JJ Bosc sobre o Garonne em Bordeaux.Em maio de 2014, o CLEMENT BLANCHET ARCHITECTURE foi fundado. O escritório estrutura-se como laboratório, pesquisando, informando e gerando arquitetura / urbanismo em todas as suas formas; o CBA mantém um papel de colaboração com a OMA em vários dos projetos por ele dirigidos.

Captação: Bruno Buccalon, Clarissa Mohany, Martha Levy, Manuela Raitelli e Pedro Norberto.

Edição: Felipe do Amaral e Stella Bloise

Texto: Felipe do Amaral e Stella Bloise

27.3 – sexta-feira

Estúdio Vertical: Tempo Livre Campo Limpo

O Estúdio Vertical (EV), desde o princípio da formação da grade curricular da Escola da Cidade, foi pensado como um espaço de reflexão e experiência coletiva de caráter multidisciplinar, envolvendo grupos de alunos de diferentes anos em torno da prática, da técnica, da estética, da história e da crítica no campo da arquitetura e do urbanismo.

A partir da escolha de temas relevantes ligados à vida e ao desenvolvimento de nossas cidades, a experiência do EV sempre reivindicou o papel de laboratório, lugar de ensaio para o enfrentamento crítico dos problemas presentes no cotidiano e para a construção de novas perspectivas para os espaços de convivência em nossa sociedade, um espaço de síntese capaz de refletir, em seu processo e na diversidade de suas propostas, o conjunto dos pensamentos da Escola da Cidade.

A nova estrutura proposta para o EV, neste primeiro semestre de 2015, coincide com o término da transição curricular da Escola da Cidade, inaugurando a nova matriz baseada em um período de seis anos de formação, tendo sua composição formada por alunos dos terceiro, quarto, quinto e sexto anos.

Neste sentido, a proposta para o primeiro semestre foi baseada em um local – Campo Limpo – e uma questão – Tempo Livre – temática abrangente e aberta a múltiplas abordagens.

O lugar proposto para este projeto é uma amostra contundente das condições da maior parte do território de nossa cidade que reclama por ações estruturantes de todas as escalas e tipos, um campo aberto ao exercício de investigações e propostas aos alunos e professores do EV.

Durante o X Seminário Internacional da Escola da Cidade, com o tema “Tempo Livre na Cidade”, concluiu-se a primeira etapa do trabalho do EV. Durante uma semana, importantes convidados compartilharam, através de palestras e debates, suas experiências e reflexões didáticas e profissionais, além de ser realizado um workshop com os professores e alunos de pós-graduação da ESA – Ecole Speciale d’Architecture.

Neste encontro, os arquitetos convidados do seminário debatem com Francisco Fanucci e Cesar Shundi, coordenadores do Estúdio Vertical, questões referentes às apresentações do Estúdio Vertical, no quarto dia do X Seminário Internacional da Escola da Cidade. A apresentação é uma síntese, mosaico das leituras e hipóteses apresentados pelos alunos, mote para um debate que certamente trouxe valiosos subsídios para o desenvolvimento do EV em suas próximas etapas de trabalho.

Assista aos vídeos do 36 grupos em: http://ev.escoladacidade.org/portfolio/

Cesar Shundi Iwamizu é arquiteto formado em 1999 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Mestre pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo em 2008 com a pesquisa “A estação Rodoviária de Jaú e a dimensão urbana da arquitetura”. Entre 2000 e 2007, foi sócio do escritório Estúdio 6 Arquitetos. Mantém colaboração com os arquitetos Eduardo de Almeida, Helena Ayoub e Anderson Freitas. Atualmente, é docente na AEAUSP | Escola da Cidade como coordenador do Estúdio Vertical e é doutorando no curso de pós-graduação da FAUUSP. Desde 2007 dirige o SIAA, escritório premiado nos concursos públicos para o SESC Franca, SESC Ribeirão Preto, Casa Caramuru e Estação de Mairinque.

Francisco Fanucci é arquiteto, formado pela FAU USP, em 1977, é sócio fundador do escritório Brasil Arquitetura, onde tem realizado vários projetos com premiações no Brasil e exterior. Dentre eles destacam-se: o Bairro Amarelo, em Berlim, Alemanha, o Museu Rodin Bahia, em Salvador, BA, o Museu do Pão, em Ilópolis, RS e a Villa Isabella, em Hanko, Finlândia. Publicou “Francisco Fanucci & Marcelo Ferraz – Brasil Arquitetura” pela Editora Cosac Naify em 2005. É autor de numerosos projetos de mobiliário em madeira, comercializado pela Marcenaria Baraúna. Professor de projeto da Escola da Cidade, em São Paulo desde sua fundação, em 2002. Apresentou exposição de projetos selecionados no Tokyo Art Museum (2008), Centro Universitário Maria Antonia (2009), Museo Andersen, Roma (2009), Casartac, Turim (2010), ENSA Paris-Malaquais, Paris (2010) e Bienal Panamericana de Quito, Quito (2010).

23.03 – segunda-feira

manhã

Visita: Centro de São Paulo, Niemeyer, Galerias, Praça das Artes

Pablo Hereñu e Eduardo Ferroni

tarde

Danilo Miranda – Sesc em São Paulo

Felipe Vera – Urbanismo Efímero (em Espanhol)

Mesa: Ciro Pirondi, Analia Amorim

Local: SESC Bom Retiro

 

24.3 – terça-feira

manhã

Visita: Sesc Pompéia, Pinacoteca

Álvaro Puntoni e Anderson Freitas

tarde

Margareth Rago – Inventar outros espaços

Andre Vainer – A voz de Lina Bo Bardi

Abel Perles – Studio Productora DF

Mesa: Taisa Palhares, Vinícius Andrade  e Cristina Xavier

Local: SESC Bom Retiro

 

25.3 – quarta-feira

manhã

Visita: MASP, Conjunto Nacional, MUBE

Martin Corullon e Fernando Viégas

tarde

Luiz Bolognesi – Cine Tela Brasil

Carlos Alberto Maciel – Arquitetura da Liberdade

Ricardo Bak Gordon – Coletividades no Espaço Público

Mesa: José Guilherme Pereira Leite, Alvaro Puntoni e Marta Moreira.

Local: SESC Consolação

 

26.3 – quinta-feira

manhã

Visita: Centro Cultural São Paulo e Parque do Ibirapuera

Eduardo Gurian e Cesar Shundi

tarde

Hector Zamora – Arte nos espaços públicos

Francisco Burgos – Madrid Río (em Espanhol)

Marlène Ghorayeb – Enjeux et pratiques de l’urbanisme contenporain (em Francês)

Clément Blanchet – Equivalence (em Francês)

Mesa: Carol Tonetti, Guilherme Paoliello e Fernanda Barbara

Local: SESC Vila Mariana

 

27.3 – sexta-feira

manhã

Visita: FAU USP, Casa de Vidro, Galeria Leme

Álvaro Puntoni e Cesar Shundi

tarde

Apresentação EV

Debate com arquitetos convidados

Mesa: Francisco Fanucci e Cesar Shundi

Local: Escola da Cidade

 

 

+ festa de encerramento

@ Escola Da Cidade. Rua General Jardim, 65

Associação Escola da Cidade
Presidente: Anália Maria Marinho de Carvalho Amorim
Vice – presidente: Marta Inês da Silva Moreira
2ª Vice – presidente: Hélène Afanasieff
Diretoria: Álvaro Puntoni, Anderson Freitas, Ciro Pirondi, Fernando Viégas, Luis Otávio de Faria e Silva, Newton Massafumi, Paulo Brazil, Rafic Farah, Ricardo Caruana e Leile Cacacci.

Escola da Cidade
Coordenação Conselho: Alvaro Puntoni
Diretor Escola: Ciro Pirondi
Coordenador Urbanismo: Daniel Montandon
Coordenador História: Amalia dos Santos
Coordenador Desenho/Meios: Carol Tonetti
Coordenador Tecnologia: Ricardo Caruana
Coordenador Projeto: Cristiane Muniz
Coordenador Seminário: Jose Guilherme Leite
Coordenador Escola Itinerante : Eduardo Ferroni
Coordenador Vivencia Externa : Pablo Hereñú
Coordenador Aperfeiçoamento: Guilherme Paoliello
Coordenadores EV: Francisco Fanucci + Cesar Shundi
Assessorias
Executiva: Fernanda Barbara
Comunicação: Anderson Freitas
Mobilidade: Cecilia Amaro
Inglês: Irene Sinnecker

Grupo Técnico Sesc Campo Limpo
Coordenação: Alvaro Puntoni e Marta Moreira
Carolina Klocker e Otavio Sasseron

SESC – Serviço Social do Comércio
Administração Regional no Estado de São Paulo

Presidente do Conselho Regional
Abram Szajman
Diretor do Departamento Regional
Danilo Santos de Miranda

Superintendentes
Técnico-social Joel Naimayer Padula Comunicação Social Ivan Giannini Administração Luiz Deoclécio M. Galina Assessoria Técnica e de Planejamento Sérgio Battistelli

Gerentes
Centro de Pesquisa e Formação Andréa de Araújo Nogueira Adjunto Mauricio Trindade da Silva Campo Limpo Paulo Sérgio Casale Adjunto Mario Luiz Alves de Matos Consolação Felipe Mancebo Adjunta Simone Engbruch Avancini Silva Pompeia Elisa Maria Americano Saintive Adjunto Sérgio Pinto Assessoria Técnica e de Planejamento Assesora Ana Maria Cardachevski

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