O projeto é constituído por três pontos fundamentais: uma horta, uma praça e um lago, que atendem uma mesma região e são conectados por um caminho, que faz desses pontos lugares estratégicos para a construção de uma qualificação urbana do bairro. Assim, a proposta tem por fim unir não apenas esses pontos a serem requalificados no bairro, mas também incluir pontos de interesse social já existentes na comunidade. Esse conjunto de propostas foi desenvolvido para o Jardim Maria Sampaio, no Campo Limpo, mas pensados de forma sistêmica, para que possam ser estudados e reverberados em outros pontos da cidade de São Paulo.
O Jardim Maria Sampaio está inserido no seguinte contexto: o bairro se localiza na periferia da zona sul de São Paulo, dentro do subdistrito de Campo Limpo e reúne cerca de 550 mil moradores – um terço vive em pelo menos 237 favelas –, segundo dados da Secretaria Municipal de Habitação e da Subprefeitura de Campo Limpo. Dessa população que habita as áreas mais precárias, 80 mil concentram-se no complexo Paraisópolis, composto por Capão Redondo e Jardim Ângela.
No Jardim Maria Sampaio residem cerca de 30 mil moradores, e que parte desta população é moradora de um Conjunto Habitacional da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) – composto por cerca de 20 prédios. A densidade populacional é alta para a região, o que faz com que os postos de saúde, creches, áreas de cultura e lazer sejam insuficientes para o atendimento da demanda local. Ao mesmo tempo, a concentração de famílias de baixa renda apresenta alto potencial para transformações sociais, as quais podem ser fomentadas por meio de ações que contribuam para a visualização de identidades locais e constituição de laços afetivos, agregando valores comunitários e solidários.