A editoria aborda relações entre obras de grande porte no Brasil e o surgimento e expansão de áreas precárias em seus arredores, frequentemente associadas ao trabalho em condições análogas à escravidão.
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28.06.2017
Morar e viver em São Paulo
Por Angela de Arruda Camargo Amaral, Benedito Barbosa, Tadeu Lara Baltar da Rocha
Morar, trabalhar e viver em São Paulo, para a grande maioria da população trabalhadora que constrói e mantém viva essa cidade, é um desafio cotidiano. Situações econômicas e políticas, com diferentes prioridades, têm agregado aos antigos problemas novas situações e dificuldades. O mercado, apontado pela agenda neoliberal como solução para todos os problemas, sequer deu conta de suprir as necessidades das classes médias e jamais constituiu alternativa para a população com baixos salários, relações de trabalho precárias e a ameaça constante do desemprego. -
26.06.2017
O Brasil moderno exige a regularização fundiária
Por Candelaria Maria Reyes Garcia
Falar de regularização fundiária urbana e rural no Brasil é tratar de um tema que ainda hoje assombra o país, gerado pela complexa formação das posses da terra que produziu as mais diversas formas de conflito e violência. Quando se fala em regularizar, está se tratando de justiça social. O proprietário de um pedaço de chão, seja no campo ou na cidade, quer viver em paz, produzir e morar com segurança, amparado pela certeza de que com o passar do tempo não será prejudicado por uma legislação mutante, sujeita às vontades circunstanciais de quem quer que seja. -
21.06.2017
Assentamentos precários, trabalho, economia e o Direito à Cidade
Por Anacláudia Rossbach
O processo de urbanização brasileiro, assim como de muitos outros países na América Latina, gerou passivos relevantes do ponto de vista habitacional, com uma expansão significativa de assentamentos precários das mais diversas tipologias especialmente nas áreas metropolitanas e grandes conurbações. No Brasil, de acordo com a Fundação João Pinheiro, 11 milhões de domicílios estão classificados como inadequados do ponto de vista físico e de infraestrutura urbana, o que representa 19% dos domicílios urbanos do país; já a precariedade mais extrema foi revelada por estudos do Centro de Estudos da Metrópole com o Ministério das Cidades a partir dos dados do censo de 2010, e apontam para um universo de 3,2 milhões de famílias residentes em setores censitários subnormais, o equivalente a assentamentos precários, ou favelas, vilas, áreas livres, entre outras denominações. -
21.06.2017
Contribuições para Projetos de transformação dos Bairros Populares
Por Luis Octavio de Faria e Silva
A experiência do bairro Jardim Cumbica II por parte de alunos do curso Habitação e Cidade evoca as discussões que se têm empreendido nos últimos anos no que diz respeito à precariedade e ações por parte do Poder público no espaço urbano. Durante as edições desse curso de Pós-graduação lato sensu oferecido desde 2009 na Escola da Cidade, bairros precários do município de São Paulo e de municípios da área metropolitana paulistana têm sido visitados, assim como urbanizações e conjuntos habitacionais de diversas épocas, em condições e realidades urbanas distintas, com o propósito de compreender vicissitudes e possibilidades quanto ao tema da constituição do Habitat humano contemporâneo. -
24.04.2017
MORADIA E PRODUÇÃO DE ALIMENTOS - UMA (RE)APROXIMAÇÃO PERTINENTE
Por Grupo Habitação e Cidade
Trabalho desenvolvido nos módulos 3 e 4 do curso de Pós-graduação lato sensu Habitação e Cidade, em sua edição de 2015, pelos alunos Andrea Straccia, Bethania Souza, Lucio Mamede, Luis Fernando Cato, Manoella Gabriel e Miguel Okada. -
24.04.2017
INSERÇÃO URBANA E CANTEIRO SECO COMO PRERROGATIVAS PARA TRANSFORMAÇÃO DE BAIRROS PRECÁRIOS
Por Grupo Habitação e Cidade
O trabalho que será aqui apresentado foi elaborado pelos alunos Fausto Chino, João Vitor, Julia Peluzzo, Oscar Chinen, Vanessa Cassetare, Bruna Chacim e Mônica Salomão, integrantes do curso de Pós-graduação lato sensu “Habitação e Cidade” (da Escola da Cidade), no ano de 2015, desenvolvido nos módulos 3 e 4 sobre os bairros precários, abordando as questões de planejamento, projetos urbanos e arquitetônicos, e a tecnologia dos materiais da construção civil. -
29.03.2017
A Costura Urbana Através do Plano e Projetos Urbanos no Bairro Precário Jardim Cumbica II
Por Grupo Habitação e Cidade
O projeto a seguir foi apresentado no curso de Pós-graduação lato sensu “Habitação e Cidade” (da Escola da Cidade), em sua edição de 2015, tendo sido elaborado pela equipe de alunos Claudia Muniz, Fernando Fayet, Hideki Yamamoto, Lucas Ferreira, Pedro Hirata, Ricardo Pirondi e Valquíria Ramos, e desenvolvido no módulo sobre os bairros precários, com atenção ao Jardim Cumbica II, localizado no município de Guarulhos - SP. A partir das aulas ministradas neste módulo, abordando os conceitos para leitura das diversas escalas de planejamento e desenvolvimento de projetos urbanos, aprofundadas com as informações coletadas na visita técnica ao Jardim Cumbica foi possível identificar as precariedades de infraestrutura do bairro, considerando a existência dos equipamentos de atendimento ao público nas áreas de educação, saúde, lazer e mobilidade da região, levantando os pontos e paradas de ônibus, conexões viárias principais e transposição mais próxima à Rodovia Dutra, barreira importante na inserção urbana do assentamento com o entorno. -
08.02.2017
Quintal coletivo junto aos córregos - defesa de uma paisagem produtiva nos bairros populares
Por Grupo Habitação e Cidade
O projeto aqui apresentado foi desenvolvido pelos alunos Henrique Utino, Leandro Zaparoli, Julio Alves, Naymi Lobato, Jéssica Nardy e Leonardo Gualberto, no curso de Pós-graduação lato sensu Habitação e Cidade (na Escola da Cidade) em sua edição de 2015, tendo o bairro jardim Cumbica 2, de Guarulhos, como objeto de investigação analítica e propositiva. Trata-se de um estudo preliminar que identifica possibilidades para adequação da estrutura urbana que é base de uma comunidade ali estabelecida há décadas, cuja origem está intimamente relacionada com os processos estudados no Contracondutas. -
08.02.2017
Uma leitura territorial precisa: Densidade habitacional e legibilidade urbana
Por Grupo Habitação e Cidade
Este post é dedicado a apresentação do projeto desenvolvido pelos alunos Alessandra Santos, Cecília Carrapatoso, Gustavo Fontes, Marineia Lazzari, Renato Pereira e Shirlene Matos no curso de Pós-graduação lato sensu Habitação e Cidade (Escola da Cidade) em sua edição de 2015, dando continuidade ao conjunto de publicações dedicadas aos trabalhos realizados naquele ano. A proposta é resultado do exercício de projeto para o bairro Jardim Cumbica II, em Guarulhos, que tem sua dinâmica relacionada diretamente aos temas estudados no Contracondutas. -
14.12.2016
Um conjunto habitacional difuso para reassentamento em Guarulhos
Por Grupo Habitação e Cidade
Apresentamos a seguir o projeto desenvolvido no curso Habitação e Cidade no ano de 2015, que inaugura um conjunto de publicações dedicadas aos trabalhos realizados naquele ano, reflexões propositivas para um bairro precário que tem dinâmica relacionada com grandes obras realizadas ao longo de várias décadas em Guarulhos. Realizado pelos alunos Alexandre Tenório, Eduardo Ferrão, Fabio Matos, Mathias Saboya e Natan da Silva, o trabalho traz uma proposta pragmática e que apela para o bom senso numa possível transformação do bairro Jardim Cumbica 2 de maneira a adequá-lo a restrições quanto a riscos identificados, sobretudo junto ao mal tratado córrego existente, apontando para uma estratégia de estabelecimento de áreas de reassentamento em diversos terrenos sem construções ou subutilizados no seu entorno próximo, que passariam a abrigar pequenos conjuntos habitacionais de uso misto, mais fáceis de serem geridos e integrados na vizinhança, representando também oportunidades de criação de espaços públicos contíguos a eles que incentivam de maneira não concentrada lugares de encontro e maior urbanidade, sem afastar as famílias removidas para mais do que poucas quadras de sua posição original, facilitando que se mantenham redes de solidariedade e laços de amizade conquistados. Defende-se que os pequenos conjuntos de edifícios imaginados sejam construídos com componentes pré-fabricados em um canteiro-fábrica que se deslocaria sucessivamente para outros terrenos que compõem um, por assim dizer,conjunto habitacional difuso, numa produção racionalizada e rápida quando comparada aos procedimentos convencionais habituais. -
12.12.2016
Habitação e Cidade, formas de atuação nos bairros populares precários
Por Grupo Habitação e Cidade
Ao longo de várias edições do curso de Pós-graduação lato sensu Habitação e Cidade, oferecido pela Escola da Cidade, percebe-se alguns princípios de ação face aos bairros precários que são recorrentes nos projetos apresentados como resultado dos períodos de atelier que se dedicam a observações analíticas e proposições para esses bairros que podem ser entendidos como gargalos na produção de um Habitat humano contemporâneo apropriado. Como resultado de uma reflexão sobre essa constatação e oportunidade de investigar essas supostas linhas propositivas percebidas, foi desenvolvido um raciocínio referente num texto que foi enviado como contribuição do curso Habitação e Cidade para o Habitar 2015, encontro realizado em Belo Horizonte em preparação para o debate a se estabelecer na Habitat III, a Terceira Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável, realizada em Quito no presente ano de 2016. Do texto desenvolvido então, apresentamos abaixo uma versão reduzida, entendendo tratar-se de uma contribuição para a compreensão tanto do Habitat humano contemporâneo como da forma de lidar com ele que se tem percebido, seja latente ou em ações realizadas que reverberam na discussão acadêmica. -
30.11.2016
Habitação e Cidade em Contracondutas
Por Grupo Habitação e Cidade
Quando o assunto se refere às favelas no Brasil, ou bairros populares com precariedades, como se entende mais correto dizer atualmente, é frequente a afirmação de que surgiram no Rio de Janeiro na virada do século XIX para o XX, quando da volta dos soldados que haviam lutado na destruição do arraial de Canudos, relatada por Euclides da Cunha n’Os Sertões, um texto que expõe a fratura que representa o Brasil atingido por uma suposta Modernidade.